Sobre os melhores brigadeiros do mundo

Ao ler, alguém me acusará de ser puxa-saco.  Sou, não nego.  Não tanto, porém, quanto a acusação pretenderá fazer parecer.  Há um fundo de verdade, bastante robusto, no que digo.

Não são muitas as oportunidades que tenho de consumir o que considero os melhores brigadeiros que este mundo já fabricou.  Isso deve ocorrer três ou quatro vezes ao ano, quando muito.  E sempre o faço com a mesma alegria, com o mesmo entusiasmo, porque eles sempre me causam a mesma sensação de surpresa e satisfação.

Não há doce melhor que um brigadeiro.  Se há doces e doces (e já falei sobre isso neste post), um deles se destaca: o brigadeiro.  Aquela bolinha de chocolate misturado com leite condensado, suavemente enrolada e coberta com chocolate granulado, é uma sublime perdição.  Sou tão capaz de apreciar um brigadeiro quanto os melhores sommeliers podem fazer com vinhos, cervejas e outras bebidas congêneres.  Imagino o dia em que, ao saborear um brigadeiro, serei capaz de afirmar se a colher girava no sentido horário ou anti-horário durante seu processo de cozimento.

Minha paixão por brigadeiros beira a loucura.  Por ela, e em nome dela, divirto-me em transgredir as normas de etiqueta em festas de aniversário ou casamento, furtando-os em momento inapropriado (antes do ápice da cerimônia).  Tenho algumas boas histórias para contar sobre essas transgressões juvenis, como ser flagrado subindo uma estante para furtar brigadeiros escondidos na última prateleira na casa de um parente da Fiona.

Brigadeiros, apesar de maravilhosos, sempre foram um doce trivial.  Receita simples, rápida e de domínio público.  Até o dia em que eu fui apresentado ao que passei a chamar “brigadeiro 2.0” ou a revolução brigadeirante.  A simples troca do chocolate granulado por bolas de chocolate crocante foi uma revolução na minha vida.  Passei a buscar o diferente, o inédito, sem nunca descuidar do óbvio, tradicional.

Provei, senti, estudei e aprimorei o gosto.  E qual não foi a minha satisfação quando a Fiona desenvolveu o gosto por fazer brigadeiros.  Fazer e experimentar, ousar, inovar, transgredir, até atingir níveis inimagináveis de excelência.  E hoje não há brigadeiros mais gostosos na face da Terra do que os que ela faz.

4 Comments

  1. Hum, brigadeiro, é? Isso muito me interessa. Bota esses brigadeiros aí pra jogo, rapá! O que é bom tem de ser compartilhado com os amigos!

    Você não comeu no sábado não?

    1. Comi pelo menos um de cada variedade, mas brigadeiro nunca é demais.

      Então você já sabe do que se trata.

      1. Eu sei, é exatamente por isso que eu estou falando para botar esses brigadeiros pra jogo!

        Já foram para jogo e já acabaram. Agora não sei mais quando vão pintar.

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