Zoeira não tem limite

De amarga já basta a vida.  Por que não rir e fazer rir?  Ainda mais à custa dos outros…

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Fergus anda cheio de exigências.  E também grudado na mãe.  Quando ele sai da escola e é recebido somente por mim, fecha o rosto e começa a perguntar “Mamãe?“…  E não adiante responder que ela não veio porque está trabalhando ou por qualquer outro motivo.  Ele só vai parar de perguntar quando a vir.  Eu brinco quando digo que, quando crescer, ele vai conquistar a mulherada na insistência; para se livrar dele, elas vão ceder aos seus infinitamente repetidos apelos.

Uma das suas mais constantes exigências é que a mãe dirija o carro, e não o pai.  Bem, isso para mim não é nenhum problema.  Aliás, é a solução.  Só que há determinadas ocasiões em que a Fiona não está apta a dirigir – por exemplo, quando ela não sai de casa com a carteira de motorista.  Aí não tem jeito: quem dirige sou eu.  São eventos excepcionais, mas acontecem.  Aí ele fica repetindo: “Mamãe diígi!  Mamãe diígi!  Mamãe diígi!…“.  E não adianta explicar para ele que isso não vai rolar, nem o porquê não vai rolar.  Ele vai repetir indefinidamente até…  Outras vezes, antes mesmo de chegar no carro, ele já começa a pedir para que a mamãe dirija.  E aí veio o estalo…

Eu ensinei para ele que, se ele pedir dizendo “Mamãe dirige mal!“, ela dirigiria o carro.  Ele fez uma vez e deu certo: pimba!  Ela assumiu o volante.  É óbvio que, naquele dia, ela já assumiria o volante naturalmente.  Eu apenas aproveitei-me da ocasião para aplicar o trote.  Só que, na cabeça dele, funcionou.  E, se funcionou, o método deve ser utilizado sempre!

De lá para cá, toda vez que nós chegamos perto do carro, ele já começa a gritar: “Mamãe diígi mal!  Mamãe diígi mal!  Mamãe diígi mal!“.  E não adianta a Fiona, constrangida, tentar convencê-lo a dizer que Mamãe dirige bem.  Ele só repete a fórmula que, na cabeça dele, dá certo.

Eu só rio…

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